O Demolidor
Porque tudo ainda é vivo, eu vivo
Toda a demolição.
Levada ao tombo e assim por diante
A feia arquitetura desse instante
Onde eu me reconheço agora
O seu demolidor.
O sexo em chamas não chama por sexo
E sim por amor,
Porque em nada a dor em mim engana,
Não quero menos, e mais, só o que mais for teu,
O teu que ainda mais seria,
Uma partícula prana
Inauguro, de novo, o fim do futuro
Vendendo segredos e medos
Os sutilmente proibidos, não lidos
Abraça o meu corpo, pensa junto comigo, não pede socorro
Não podemos correr esse perigo
É noite sim
Neste belo e trágico final de semana
A cidade subcutânea em mim, me dispara projétil;
E eu rolo na cama
Os passos abafados da memória andam pela sala
E neles caminha todo o desejo do mundo
Tão raso tão fundo...
E no espelho quebrado dessa história
Vejo os pedaços de um fim
Porque tudo ainda vive, eu me vejo
Incompreensível nos olhos da incompreensão,
Enquanto todos me lêem no escuro, no eclipse , na falta de luz
Eu desejo do mais claro sol que há em mim,
Outra revolução.
É noite sim...