Pesadelo Real

Bck, Devil, Jonsu

(Verso 1 Bck)

Fazia um tempo que eu não escrevia
poesia com primazia, não abria o portal da mente
despertador, que me deu bom dia
caí na água fria e tomei um café quente

eu tava naquela sintonia, que não se sente todo dia
onde o pensamento encontra-se a frente
esqueci até os problemas e merdas do sistema
que o tempo todo quer foder a gente

rolando ""o próximo episódio"" buscando meu lugar no pódio
bolando um plano com os manos, borbulhando ideias, pronto pra compor
ali um guerreiro se criava, e um plano que iniciava
celebrando o rap com um mic duas mina do lado propagando o amor

to decidido e pronto pra acordar de verdade
me esquivar de falsidade, me sentir mais à vontade
pra realizar os meus planos, fazer o que eu queria, curtir os meus dias
com mais poesia, sem zelo, graças a deus que eu fugi desse pesadelo

que é a prisão, pensamento que nos encarcera
presente na atmosfera, nos polui e nos degenera
tire as cordinhas dos ombros, se levante dos escombros
porque o tempo ta aí, voando e não nos espera!

um ano depois me reuni, com mais dois mano é isso aí
os sons que cês podem ouvir, pode crer que é tudo verdade
entre as quedas necessárias, as dores e represálias
o amor é o que nos move daqui pra eternidade!

(Verso 2 Devil)

O pesadelo só começa quando a gente acorda
tua opinião relata só o que a incomoda
tua visão é perspicaz, mas a ideia é torta
que esse verso ressuscite tua mente morta

Fazendo amor em Poesia, celebrando a mim mesmo
se eu não me contradisser tudo isso seria a esmo
Fazer rap anestesia a angustia da dor que eu vejo
e cada por do sol e a mesma morte que eu revejo

mentes limitadas tentando filosofar
dores mal curadas renascem pra assombrar
tentam matar a arte, eu sigo celebrando a vida
só a morte é de verdade pra uma mente esquisita

condenado a Liberdade na imensa prisão sem muros
Retardam a realidade vivem em passados futuros
poder traz felicidade pros covardes inseguros
a doença mental que envenena até os mais puros

Se apegar ao que é real é uma batalha perdida
se só o que vejo existir a minha alma tá fudida
a poesia marginal segue queimando toda intriga
a insanidade presente do inicio ao fim da briga

o nada criador me liberta, Verde que te quero verde
O médico e o monstro, sempre alerta
sai da reta, sou meu deus e meu diabo então não treta
que de olhos fechados a consciência não desperta

o foda é que todos precisam ser livres pra que eu seja também
mas preferem ter mentes medíocres, algo que não me convém
buscam sempre o que não tem, tanto o mal quanto o bem
to caminhando pelo infinito e ainda querendo ir muito além

(Verso 3 Jonsu)

Penso e pratico, o infinito me consome
como pode o carnaval acabar com um simples homem
a vontade de vencer não me impede de desistir
largar o trampo de lado e para as ilhas sumir

vou assumir, morre mais rápido um ser linguarudo
fico quieto na minha, produzindo no meu mundo
um poeta repentista que quer afastar o mal
perdem a mente e a noção que nosso planeta está um caos

e eu sigo, mas já não tem jeito
fico mais feliz quando os pássaros vejo
andando descalço, sombra e água fresca
saúde pra vista, observar que seria bom uma vida besta

sem carro nas ruas eu de bike viajando
andando nas trilhas, veja como eu to ficando
com a mente aberta clássicos gravando
eu só me sinto melhor entre batidas e planos

fica leve o mundo é sujo, se o foco é money trabalhe muito
essa é a visão dos astutos, por que seria diferente?
faço rima, fico bem, deixe a arte abrir a sua mente
não tem água e nem detergente, quem vai salvar os doentes?

nesse tempo de agonia meu coroa já dizia
""malandro que é malandro não deixa louça na pia""
é porque problema não se cria
se aparecer a gente briga, porque a paz é a saída

quero só cuidar da minha vida
ultimamente cada verso deferido é uma visão de cria
concentro energias boas pra compor um rap raiz
o grande sonho da maioria é ter uma vida feliz

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