Marreca

Olavo é fazendeiro, rei do gado e lenhador
Casado com Suzete moça linda fina flor
Deu prá sua amada
Um presente sem igual
Uma marreca linda
Que comprou em Blumenau.

Cuida bem, cuida bem
Da tua marreca
Cuida bem, cuida bem
Da tua marreca
Cuida bem, cuida bem
Da tua marreca
Vê se tu não dá ela pra minguém.

Quando chega o domingo
Tem festa no interior
Tudo é muito lindo
E não pode ter fedor
Ele lava o cavalo
E Suzete a marreca
Olavo preocupado
Prá Suzete ele gritava.

Lava bem, lava bem,
A tua marreca...
Vê se tu não dá ela prá ninguém.

Depois de muito tempo
De Suzete separou
Deu todo dinheiro
Pobretão ele ficou
Restou a marrequinha
Que Suzete não quis dar
Olavo tão coitado
Não parava de chorar.

Dá pra mim, dá pra mim
A tua marreca...
Vê se tu não dá ela pra ninguém.

A Marreca e o Humor na Música Regional

A música "Marreca" da Banda Cavalinho é um exemplo clássico de como o humor e a simplicidade podem ser elementos centrais em canções do gênero regional, especialmente no Sul do Brasil, onde a banda é originária. A letra conta a história de Olavo, um fazendeiro que presenteia sua esposa Suzete com uma marreca, que aqui pode ser interpretada tanto como o animal quanto como uma metáfora para algo de valor sentimental ou íntimo. A repetição do refrão "Cuida bem, cuida bem / Da tua marreca" sugere um tom de advertência jocoso, como se houvesse uma preocupação exagerada com a marreca, que se torna um elemento cômico na narrativa.

A música segue contando sobre a rotina do casal e os cuidados especiais que Suzete deve ter com o presente, especialmente em dias de festa no interior, onde a aparência e a limpeza são importantes. A preocupação de Olavo para que Suzete não dê a marreca para ninguém pode ser vista como uma forma humorística de expressar ciúmes ou apego aos bens materiais ou sentimentais. A repetição do refrão "Lava bem, lava bem, / A tua marreca..." reforça essa ideia de zelo e cuidado, mas sempre com um tom leve e divertido.

No desfecho da canção, após a separação do casal, Olavo fica sem dinheiro, mas ainda resta a marreca, que Suzete se recusa a devolver. A música termina com Olavo chorando pela marreca, o que pode ser interpretado como uma crítica bem-humorada à forma como as pessoas se apegam a objetos ou relações, mesmo quando outras coisas mais importantes se perdem. A Banda Cavalinho, conhecida por suas músicas festivas e dançantes, utiliza a marreca como um símbolo de afeto e humor, criando uma narrativa que, apesar de simples, é rica em significados e capaz de provocar risos e reflexões sobre o cotidiano e as relações humanas.