Rouxinol
Não, eu não estranho
Que tu te assustes com o que sinto
Pois tu a mim me apavoras!
Tamanho o amor que me devora
Na tua presença
Estranho, sim, querer
Sem nada querer
Ou reter de mim
Senão temer por tua ausência
Nem tua boca em minha boca
Nem meu barco em tuas águas
Nem minha torre em teu castelo
Nem meu lenho em tuas matas
Pode tanto ou é tão belo
Quanto estar em teu silêncio
O teu silêncio que me mata!
E caminhar sem pés
E abraçar sem mãos
O sentimento
Inimaginável e real
Que faz pousar em ti
Meu rouxinol
E ser canção que não tem fim
E ser respeito e admiração infinitas
Tu tão bonita
Eu tão sem mim...