Babalux

Arnaldo Brandao / Tavinho Paes

Sentada na mesa no bar o chefão
Alugando um brega, doida pra armar a confusão
O Bourbon na mesa à Napoleão
Um predador disputando puta com peão

É o mundo como é, ninguém quer só o que quer
Tem também que saber dizer não

Há delicadeza na Eva de Adão
Fingindo beleza cheia de inocência e perversão
No meio da festa a ressurreição
A morte em Veneza anuncia o fogo do dragão

E no mundo da mulher, o balé de Salomé
É a guilhotina de João

Babalux, meu amor tem um desejo
Que compraram e que venderam
Ninguém sabe quanto foi
Quando foi, nem pra quem

Ali, com certeza, naquela união
Tragédia era grega, tinha indiferença e solidão
Era uma cena pra televisão
Havia miséria, decadência e contravenção

É o mundo da TV decidindo quem vai ser
O novo modelo da estação

Babalux, meu amor tem um desejo
Que compraram e que venderam
Ninguém sabe quanto foi
Quando foi, nem pra quem

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