Praga
Eu sei que o mundo murmura
E fala sem ter razão;
Do meu viver de amargura
Porque lhe dei com ternura
O meu pobre coração
Um dia, vi-o passar
Em certo bairro fadista
Fiquei presa ao seu olhar
E deixei-me enfeitiçar
Assim á primeira vista
Qual louca, fui ter com ele pra dizer-lhe o que sentia
Disse que gostava dele
E ele, com ar cruel
Respondeu que não me queria
Ergui os olhos aos céus
E uma praga lhe roguei
E com fé pedi a Deus
Pra cegar os olhos seus
Como de amor eu ceguei