Airumã
Dorme em teu rosto um encanto
Das noites que vivem em ti
Segredos de alma morena
Olhos do céu, Guarany
Lágrimas puras pelo orvalho
Que se derramam inteiras
Na forma das madrugadas
Que abrigam sonhos de estrelas
Que se repetem em suas horas
Em alvas peles vestidas
Sopro de luz, solitários
Clareando escuros na vida
Dorme em teu rosto um encanto
Antes dos véus das manhãs
D’alva de um céu Guarany
Que a voz batiza "Airumã"
Índia saudade morena
Que às vezes chora sua cor
Ilusões de mato e sanga
Aroma de campo e flor
Que antes das luas inteiras
Dessas de forma prateada
Vem só, olhar-se vaidosa
No espelho de alguma aguada
Onde se vê noutro encanto
Na vida, de antes daqui
Airumã, pequena D’alva
Estrela de um Guarany