Penhor

Elogiam militares, intimidam professores
Venderam nosso futuro
Em uma loja de penhores

Pelas ruas bem gangsta
Entre homens e máquinas
Sem princípios nem dogmas
Atrás de umas dracmas

A cidade não para
Engrenagem das fábricas
Abelha operária
Rimando no contra turno

No turno noturno
Sem bico de coturno
Envolvido com o rap
Como anéis em saturno

Não dou tiro no escuro
Não foi bala perdida
Os donos tem classe e cor
E não importa oque diga

A gente sabe o chassi
De quem faz a chacina
A lata de quem assina

Na esplanada em Brasília
Meu rap de guerrilha
Desbravando essa trilha
Onde Howle e nativo
Vivem na mesma ilha

Não é ponto de vista
Esse teu ponto de fuga
Antes que chegue essas ruga
Oque cê fez pela luta

Oque dirá aos seus netos
Do que um vale um rei
Se ainda é Filho de servos
Cuide o ponto cego
É onde eles te pegam

O momento é incerto
Ficar em cima do muro
Tbm é privilégio
O benefício da dúvida

As vez é maléfico
no dia a dia maligno
Vivendo o paradigma
De uma vida indigna

Com o prejuízo da divida
O futuro é claro
E tá a léguas marítimas
Cascata cristalina
O pelo arrepia

Aonde o vento assobia
Quebrando a esquina
Atrás dos algoritmos
A uma face sombria

Uma alma vazia
Um tapa de luva
Nessa hipocrisia
Um tapa na pantera
Onde o mundo alivia

Seguindo a contra mão
Da tua rodovia
No olho do cataclisma
Eu li no jornal
na capa da revista
Ali é ativista

Bem vindo ao sistema
Hoje é lua cheia
13, sexta feira
A rua não e brincadeira

Mas nego se diverte
O ministério adverte
A gente sempre reverte
Fracasso não se mede

Esforço é remédio
Pra doença sem cura
Ou surta ou surta
Essa vida é curta

Elogiam militares
Metem bala no meu povo
Deram 80 tiros
E dariam de novo

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