O Marceneiro
Com lídima expressão e voz sentida
Hei-de cumprir no mundo a minha sorte
Alfredo Marceneiro toda a vida
Para cantar o fado até à morte
Orgulho-me de ser em toda a parte
Português e fadista verdadeiro
Eu que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou para toda a gente o Marceneiro
Este apelido em mim, que pouco valho
Da minha honestidade é forte indício
Sou Marceneiro, sim, porque trabalho
Marceneiro no fado e no ofício
Ao fado consagrei a vida inteira
E há muito, por direito de conquista
Sou fadista, mas à minha maneira
À maneira melhor de ser fadista
E se alguém duvidar crave uma espada
Sem dó numa guitarra para crer
A alma da guitarra mutilada
Dentro da minha alma há-de gemer