Pout-porri de Viola
(vacilou virou petisco - tião carreiro, zé batuta, toninho)
(com deus na frente - zé batuta, júlio guidini, sonivaldo rodrigues)
(tem e não tem - tião carreiro e pardinho)
Nas noites de cantoria,
Eu não bebo e nem lambisco,
Onde tem mulher bonita, cantando pra ela eu pisco,
Mas se a dona for casada, nem um olhar eu arrisco,
Nos olhos do seu marido, eu não quero ser um cisco,
No meio da mata virgem mora o bicho mais arisco,
Na frente do bicho grande, que o pequeno corre o risco,
Na boca do tubarão, vacilou virou petisco,
A maré bate na rocha... quem sofre mais é o marisco,
O poder de deus é grande é força que não esgota,
Eu ando com deus na frente pro azar não dou pelota,
Vou colado com a sorte igual caibro na vigota,
Dei um chute na miséria fiz ela virar cambota,
Eu ando com deus na frente achei o ninho da nota,
Meu dinheiro vai pro banco funcionário empacota,
O gerente é gente fina é seda que não desbota,
Quem tem um gerente amigo não cai na mão de agiota,
A casa do joão-de-barro tem porta e não tem janela,
A mesa da minha casa, tem perna e não tem canela,
Na minha boca tem ponte, mas nunca teve pinguela,
O motor do meu carro, tem motor e não tem sela,
Minha sogra tem brabeza, mas não tenho medo dela,
Onde tem ordem e progresso não pode ter decadência,
Tem gente que tem vontade, mas não tem experiência,
Como tem muitos violeiros, no rádio, sem competência,
O frango também tem peito, pra cantar não tem potência,
O pão também tem miolo, mas não tem inteligência.