Auto-Retrato
Trago dentro do meu fado
Uma figura de proa
E uma velha caravela
Que naufragou em Lisboa
Tenho também uma vela
Com a cruz das descobertas
E a luz de uma outra vela
E a luz de uma outra vela
Nas minhas noites desertas
Deixo o cair dos meus dedos
O bater do coração
Que desvenda os meus segredos
Da minha enorme paixão
Nunca me esqueço de nada
Que me faz cantar assim
Nem sequer da madrugada
Nem sequer da madrugada
Que existe dentro de mim
Nunca me esqueço de nada
Que me faz cantar assim
Nem sequer da madrugada
Nem sequer da madrugada
Que existe dentro de mim