Vitrine
Adelino Moreira
Vi gracioso e sutil
Num magazine da cidade
Numa vitrine infantil
Um manequim de verdade
O seu olhar endeusado
Era um convite ao amor
Pois tinha cor do pecado
Se é que pecado tem cor
Quando a vi na vitrine
De um magazine, tal qual um manequim
Floriu em mim o desejo
De lhe dar um beijo ardente sem fim
Moço, loucura não faça
Não quebre a vidraça
Ouvi de um senhor
Mas não segui seu conselho
Quebrei o espelho
Sedento de amor